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Festival Internacional de Arte Pão Tinta - E A INVISIBILIDADE GEOLOCALIZADA.

06/09/2019 20:01

Ingrid Farias

Notícias, Política de Drogas,

Festival Internacional de Arte Pão Tinta - E A INVISIBILIDADE GEOLOCALIZADA.

Começa hoje na capital pernambucana a oitava edição do Festival Internacional de Arte Urbana Pão e Tinta, que ocupa durante 3 dias umas das periferias mais viol

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     Começa hoje na capital pernambucana a oitava edição doFestivalInternacional de Arte Urbana Pão e Tinta,que ocupa durante 3 dias umas das periferias mais violentas da cidade, comarte, cultura e política e tem como tema esse ano: CORPOS EM ALVO, uma denúnciada realidade diária de violência vivenciada pela juventude periférica de todoBrasil. O evento vai contar com participação de mais de 90 artistas do estado ede outras regiões do Brasil. O festival é realizado pelo coletivo Pão e Tinta,composto por jovens periféricos, que enfrentam diariamente o apagamento de suasvidas e suas ações políticas, mas que resistem sendo força fundamental naalteração das realidades cristalizadas pelas opressões e materializadas emviolências cotidianas.   

     O evento que usa o grafite para mudar a estética dacomunidade promove verdadeiras galerias de arte urbana a céu aberto, levantandopautas políticas importantes para fortalecimento de nossas periferias, como aexemplo do direito à cidade, direito à moradia digna, luta contra violência doEstado, contra o racismo e o machismo. As atividades são realizadas em todacomunidade do Bode bairro do Pina, estampado mais de 30 muros com artes queprovocam reflexões política e permanecem fixos para todos os moradores. Duranteos 3 dias de atividade mais de 300 pessoas de outros bairros frequentam asatividades do evento, além da própria comunidade, alcançando num total mais de5mil pessoas.


"Esse evento tem como objetivoprincipal inserir as artes dentro da comunidade, para revitalizar espaçospúblicos, prevenir a violência, o consumo abusivos das drogas e traçar açõesque venham reduzir o número de adolescentes, jovens e adultos envolvidos com acriminalidade", comenta Stilo Santos, um dos organizadores.

     Mesmo mobilizando durante esses três dias, uma dasmaiores capitais no nordeste há 8 anos com a realização do evento, o coletivoPão e Tinta ainda encontra muitas dificuldade para atuar, que vão desde amobilização de estrutura para o evento, até o maior dos desafios encontradopela maioria dos coletivos que atuam politicamente resistindo no nordeste, AINVISIBILIDADE GEOLOCALIZADA. A realização do evento tem pouca visibilidade nosveículos de comunicação local e nacional, assim como na rede de movimentos, coletivose ativistas que nacionalmente tem reivindicado o termo de inovação políticacomo novo condutor de alterações de realidades, mas que tem dificuldade dereconhecer e dar luz às iniciativas de inovação política que são produzidasfora do eixo reconhecido como produtor de realidades no mundo (eixosul/sudeste).

     A inovaçãopolítica está presente nos discursos de muitos que apontam o desejo deconstruir um novo projeto de sociedade, pautado através das agendas radicais dedefesa de direitos e equidade. Essas iniciativas têm sido reconhecidas em suagrande maioria nos espaços institucionais da política, mas é urgente reconhecerque inovação política é uma é uma imposição para aqueles que vivem diariamentesem garantia de direitos, pois são em especial as mulheres negras que criaram eainda criam a maior parte das tecnologias sociais de sobrevivência. Asatividades realizadas pelo coletivo Pão e Tinta nesses 8 anos são umareferência, mas apontamos muito referencias anteriores a esse, inovaçõespolíticas de referências histórica, de resistência, que estimulam inclusivenossa contemporaneidade, nossas atuais experiências de inovação. Reconhecer aspráticas ancestrais de nossas avós e todos que vieram antes de nós é sem dúvidao maior desafio para o definir o conceito inovação política, é necessário queessas experiências se aprofundarem e interseccionam. O festival pão e tinta temfeito seu papel, lembrando durante todo o evento de que antes de nós muitos jálutaram naquele território. A comunidade do Bode é um bairro de área de manguefundada por muitos pescadores, marisqueiras e tantas pessoas que fizeram desseespaço um celeiro da resistência ancestral e futurista. Para promover inovaçãopolítica antes de mais nada precisamos DESCOLONIZAR nossos referências, atémesmo nossos referenciais geográficos que ditam o apagamento diário das pessoase iniciativas que não acontecem no território referendados e reconhecidospoliticamente. 

     Na urgencias de promover as mudanças, essa galera já éa transformação que querem ver. O evento vai mais um ano movimentar a economialocal do bairro, estimulando o afroempreendedorismo e valorizando a produção daeconomia solidária e popular. A presença das crianças também é outro marcofundamental, muitas das crianças que participaram anos atrás do primeiro Pão eTinta hoje são organizadores do evento, artistas, referências da mobilizaçãosocial e política da cidade.

     O evento acontece durante 3 dias mas permanece semovimentando o ano inteiro, são muitos as inspirações e frutos da realização doPão e Tinta na cidade, muitos coletivos que mobilizam outras partes da cidadecom inovação política através da arte como o Recital Boca do Trombone em ÁguaFria organizado só por mulheres, O coletivo e audiovisual MangueCrew, o Jardimda Resistência também dirigido só por mulheres em Jaboatão, até a criação deespaços de aceleração social, uma iniciativa fundamental para estimular e criaralternativas de geração de trabalho e renda para juventude, a exemplo daPalafitt Produções, e do estúdio Carangueijo Pensante, que produzem e gravamartistas que surgem também através do estímulo do Pão e Tinta, como os geniaisjovens do MarolasCrew que fazem rap sobre a periferia. Vale ressaltar que ocoletivo tem em sua composição mulheres fundamentais para descolonizar aslógicas de organização política, Medusa, Tatum, Camila e tantas outras mulheresprovocam diariamente um projeto feminista nesse processo de organizaçãopolítica. O capital político desse evento ultrapassa o bairro e gerarepercussão em todo mundo! Voltamos a nos AQUILOMBAR.

Saca a programação abaixo. Todas atividades serão gratuitas e voltadaspara artes visuais, política e educação popular, além de ser destinadas apessoas de todas as faixas etárias.

Sexta-Feira 06/09das 9h as 17h: Intervenção artisca no espaço da Livroteca Brincante do Pina,localizada na R. ArturLício, 291 - Pina, Recife - PE.

Sexta-Feira 06/09 a partir das 18hiniciaremos a festa de abertura oficial com o tema: DesafiandoEstatisticas no espaço do antigo Aeroclube, Pina, Recife-PE.

Sábado 07/09Iniciamos as atividades das 9h as 17h, na Rua Vila Teimosa. Pina, Recife-PE.Com Mutirão Social e de Graffiti, Oficinas, Batalha de rap e de break, PocketShow, Leilão em Chamas, Roda de diálogo sobre reflexão sobre copxs vivxs, Crechecom programação infantil.

Sábado 07/09 Apartir das 22:30 nosso encontro é na casa de show Arvoredo, no Derby. Comatrações musicais locais.

Domingo 08/09Iniciamos as atividades as 9h as 22:00, no espaço do antigo Aeroclube, Pina,Recife-PE. Com Live Paint, atrações musicais,recitais de poesia, leilão emchamas e mais.

Mais informações deprogramação no nosso site: www.paoetinta.siteo.one/atracoes

Pagina do evento nofacebook: https://www.facebook.com/events/1240203696150884/

Pagina do ColetivoPão e Tinta:https://www.facebook.com/paoetinta/

Instagram:https://www.instagram.com/coletivopaoetinta

Texto por: Ingrid Farias, aceleradora social, articuladora politica e produtora daPalafitt Produções, e organizadora da Marcha da Maconha Recife

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